segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ato Singular

Amanhã, ao sair atrasado para o trabalho, comendo uma barra de cereal sem gosto algum, faça o exercício de pelo menos uma vez no seu dia parar o seu belo automóvel para um pedestre passar. Naquele momento ao frear seu carro e lhe estender sua mão num movimento suave de cortesia inesperada, você falará sem palavras a um estranho, que naqueles poucos segundos, você, num ato singular, se propôs a dispor o seu tempo e, sobretudo, sua atenção a ele. Nos dois primeiros segundos, aquela pessoa desconhecida se estranhará com tal atitude, mas ao terceiro, ele dará o primeiro passo seguido de outros até o outro lado. Nesse caminho ele o olhará nos olhos com um sorriso quase imperceptível e lhe fará uma reverência, agradecendo seu ato de nobreza. Nessa fração de segundo ao cruzarem seus olhares, dois estranhos se tornarão íntimos na certeza que naquele instante único você confia nele e ele em você. O estranho de alguma forma particular chegará ao outro lado da rua diferente, com um sentimento bom dentro de si e isso lhe valerá o dia, assim como você.