quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Estrangeiro

 18 de setembro de 2011 às 23h37.

Um dia agradável. É impressionante a capacidade do ser humano de se comunicar, se conhecer e se relacionar, seja por breves minutos através de uma conversa casual enquanto se lava louça na cozinha comunitária da Résidence Ouest, seja no Barberusse regado à música alta e pint de cerveja meio quente, meio gelada – depende do ponto vista de cada um -  à 5 euros.

Em pouco mais de 3 dias em Grenoble eu já conheci umas 20 pessoas de diversas nacionalidades através de diferentes abordagens. Fosse ela através do original “Salut”, oferecendo um pedaço de camambert ou a partir de um simples e universal sorriso. Voilà, uma nova corrente de eventos totalmente inesperado se abre e não há nada, absolutamente nada, que se possa fazer para retornar o que você era ou pensava ser a 1 minuto atrás. Aquele sorriso, aquele papo descontraído te transformou de alguma maneira, você agora é diferente e com certeza uma pessoa melhor.   

Foi assim que através de um simples “Salut, tu es brésillien?” que meu sábado, que prometia acabar num chá e facebook – deprimente -, se transformou numa noitada até as duas da madrugada dansante com música alta, risada, vinho e cerveja. Pronto, o fim de semana estava ganho. Uma ação, dois movimentos de boca, duas sílabas, uma palavra e tudo, completamente tudo se transforma...talvez seja isso o que chamam de magia.

Por fim, a ansiedade dos primeiros dias se foi e a realidade de qualquer rotina bate à sua porta. A minha começará amanhã às 9h00 com minha primeira aula do Mestrado na França. Veremos as novas perspectivas que se abrirão. Acredito que isso seja o fascínio da vida em si e da vida num país estrangeiro. Tudo é novo e de tudo um pouco você incorpora, seja como as ruas são planejadas; como as pessoas se comunicam, olham e se tocam; os diferentes tipos de insetos e formato das árvores; o novo gosto da comida e como ela é preparada ou como algumas coisas são universais ou simplesmente humanas. Assim terminou o domingo, observando a universalidade humana na cozinha comunitária do 2º andar – mesmo eu morando no 4º – compartilhando uma refeição com três francesas e três equatorianos, sendo duas moças e um rapaz. Três nacionalidades, origens, criações e experiências de vida diferentes numa mesma mesa. Contando suas experiências da infância, de como havia sido seu dia, como era difícil as vezes de estar longe de casa, se perguntando por que o café no Equador era mais forte do que no Brasil e na França ou dividindo literalmente alguns pequenos doces muito bem feitos e decorados – pâtisserie na França que a mãe de uma das francesas deu à ela para trazer para o alojamento e degustar depois de alguma refeição, e que ela agora ela decidira dividir com alguns estranhos que ela havia acabado de conhecer na cozinha.

Parece simples isso, ordinário, cotidiano, não?! Talvez não, abra as páginas de qualquer jornal em qualquer parte do mundo e você verá que isso não é tão simples assim, ainda mais se tratando de pessoas “diferentes”. 

Um comentário:

  1. João!! Fiquei empolgada só de ler seu post: querendo passar pelas mesmas experiências que você!
    Nem preciso dizer que estou orgulhosa desse amigo querido né! Aproveite sua "internacionalização" aí! rsrsr
    "JP going global!" rsrsr
    bjs

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