quinta-feira, 29 de março de 2012

Novas histórias

29 março 2012 à 10h36

Último dia em Grenoble depois de 6 meses e 11 dias. Amanhã parto à Genebra, para começar o tão sonhado estágio na ONU, embora uma pitada de pessimismo misturado com ansiedade e recheado de otimismo pairem no ar. Aprendi muito em Grenoble, me apaixonei por ela. E paixão, meu caro, é foda! Me apaixonei pelo meu quarto sempre empoeirado de 12 m² com suas paredes encardidas e sua petite geladeira que trabalha o bastante para resfriar um bom vinho, mas não para gelar uma boa cerveja (talvez seja por isso que aqui se beba tanto vinho?!), pela ducha que me deixa controlar a proporção de água quente e fria (é aí que mora o problema de economizar água, ou pior, sair debaixo do chuveiro), pela cadeira de executivo de couro, velha, rasgada, encontrada na rua sem dono, mas imensamente confortável para escrever, ler, pensar..., pela sua porta amarela com sua minúscula plaqueta no canto superior direito indicando que ali é o quarto, o meu quarto, o meu ex quarto e de alguma forma eterno quarto B422, pela sua janela grande voltada pro leste (procurei no Google), onde todos os dias o sol nasce atrás das montanhas e isso é o mais surpreendente aqui: as montanhas. Ela é cercada de morros, vales e enfim, muitas, muitas montanhas e suas curvas, retas e parábolas. Aqui começa os Alpes franceses e faz dela única, como toda mulher. Não é a toa que o principal complexo de montanhas chama-se Belladone – há coisas que não são meras coincidências. Bela, vestida com um tailer bem cortado, amarelo com luvas vermelhas no outono, com um longo e grosso casaco branco durante o inverno e um vestidinho curto, decotado e variadamente colorido na primavera ...Grenoble.

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